ISOLDA Carolina Bianchi Y Cara de Cavalo
Uma boca repleta de aranhas caranguejeiras arrastando as palavras. Não tem dialeto no mundo. Não tem dialeto no mundo. Começo e fim de uma mulher – é tudo o mesmo lugar. A vida da mulher – é um braço agitado, envenenado, num tarantismo monstruoso, a paixão como dois punhos fechados, como o corpo de uma aranha que se põe a dizer. Há um mês Isolda, minha avó materna, faleceu. Eu, me encontrando do outro lado do Oceano, não consegui me despedir. Este é um pequeno filme sobre o luto. O luto é abominável, sem linguagem, o luto é um pedaço de carne e líquidos entranhados ao avesso, borbulhando agitados em alguma parte do corpo, que dói e seca – e só nos resta chorar, e beijar as fotos e amparar a semelhança.
O filme foi escrito dirigido a distância por Carolina Bianchi, realizado pelo coletivo Cara de Cavalo em São Paulo e comissionado pelo VII Festival Kino Beat @kinobeatfestival de Porto Alegre RS.
Direção, roteiro e argumento > Carolina Bianchi
Direção de fotografia > Mayra Azzi
Elenco > Marina Matheus e Julieta Saulle
Edição > Mayra azzi, Daniel Passi e Carolina Bianchi
Direção de arte e figurinos > Tomás Decina e José Artur
Luz > João Rios
Preparação de atores > Joana Ferraz
Tradução > Larissa Ballarotti
Narração > Carolina Bianchi
Agradecimentos > AnaCris Medina, Giscard Luccas, Antonio Vanfill, Gustavo Saulle, Camila Tarifa, Gabriel Cevallos